“Lalbero degli zoccoli”, filme cristalino onde brotam as feridas a céu aberto de gentes de outrora, cronologia do tempo e da classe (fala-se da classe social). Oh se assim fosse feito o cinema de hoje, utopia das utopias, cinema que expõe o objecto, que expõe as raízes da terra, o suor da lavoura, a crueza da imagem e a sua honestidade, é disso e muito mais que por ali abunda e rasga todas as utopias e faz do cinema um objecto de expor e não de explorar, um olhar de sinceridade e honestidade (tanta coisa me faz lembrar o “Trás-os-Montes” do António Reis) que expõe um tempo, um mundo distinto do actual, coisas de outrora, leis dos mais fortes ou mais ricos, lei das classes. Olmi busca isso, expor aquele tempo, aqueles costumes e tradições, aqueles ritos, aqueles cantares e aquelas histórias contadas à noite com todos reunidos à volta do lume. Serões dos camponeses, tempos feudais. Realismo sim, mas mais que isso, crueza do objecto, da forma, do valor da terra, do sofrimento e da luta diária pelo sustento, do destino daquelas gentes...
1 comentário:
cristalino, sem dúvida. vê-se bem que adoras este filme ;) cumprimentos
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