11 de dezembro de 2010

Ao rever The Thin Red Line (aquando da transmissão da rtp1) lembrei-me que se há mainstream de autor é o do Malick e não o do Nolan.

21 comentários:

Flávio Gonçalves disse...

Malick e Nolan são como água e azeite ;)

Álvaro Martins disse...

Sem dúvida Flávio :)

Sam disse...

Malick é mainstream?

Álvaro Martins disse...

Que eu saiba é.

Anónimo disse...

Esta mania de catalogar, de chamar "nomes" às pessoas leva a algum lugar?
Deixem-se de modas, de géneros, de "obras-primas" e de "génios" e cinjam-se ao que é importante - o CINEMA, pois claro!

DiogoF. disse...

São diferentes. O Nolan nunca na vida conseguirá fazer filmes com a beleza visual do Malick e este nunca conseguirá fazer argumentos tão engenhosos como o primeiro (e nem falo no Inception, que é bastante divisivo, mas no Memento).

DiogoF. disse...

Atenção: Não quer dizer que o Malick não tenha bons argumentos, que os tem. Adoro todos os seus filmes; o mesmo não acontece com o Nolan.

Sam disse...

Se falares em mainstream como a obra de grande orçamento e oriunda de Hollywood, Malick tem representado os dois apenas nos últimos anos.

Mainstream também está intimamente ligado à viabilidade comercial de um filme, e se há coisa que Malick dificilmente consegue é grandes receitas de bilheteira.

Mas o sentido do termo é muito lato, assim como esta comparação. São dois cineastas completamente diferentes e nem sei se lhes já podemos cunhar o nome de "autor"...

Álvaro Martins disse...

Em primeiro lugar ninguém comparou os dois. O que eu disse foi que, com base numa citação do crítico do Público (o Mourinha), se podermos apelidar algum mainstream de mainstream de autor é ao mainstream do Malick e não ao do Nolan como foi dito pelo tal crítico.

Em segundo, Sam, o Malick sempre foi mainstream. Desde o Badlands até ao tão aguardado The Tree of Life. Quando se fala em mainstream no cinema, geralmente é relativo à comercialidade Sam, àquilo que é popular e que vende. E Malick é muito comercial, muito popular dentro da sua cunha "de autor". Não sei se me faço entender. O cinema de Malick define-se por aquilo que geralmente constrói o cinema de autor, existencialismos, contemplações, naturalismos... mas depois temos sempre grandes estrelas como protagonistas (Martin Sheen, Richard Gere, Brad Pitt, Sean Penn...) (nem falo no The Thin Red Line que está repleto de estrelas), temos sempre um cuidado visual aprimorado e próximo do que é usual no mainstream, etc. Sinceramente nem sei se rendem muito dinheiro ou não, o The Thin Red Line ganhou sete óscares (se não estou em erro), e penso que deve ter rendido bastante. De qualquer forma, eu também não sei se lhe podemos chamar “de autor”, até porque mainstream vem contrariar a ideia "de autor".

Sam disse...

«eu também não sei se lhe podemos chamar "de autor", até porque mainstream vem contrariar a ideia "de autor".» Touché, caro Álvaro... :)

E, numa nota pessoal, muito haveria a dizer sobre o Mourinha...

João Palhares disse...

Não posso concordar quando dizes que "mainstream" vem contrariar a ideia "de autor". A principal ideia que a teoria do autor queria transmitir era a de que todos os filmes deviam ser julgados sob o mesmo prisma, fossem Bay's ou Tarr's, mas sobretudo que nem todos os "autores" são autores.

Acho essa expressão do Mourinha uma coisa perfeitamente escusada, e de uma ignorância muito grande. Pode que haja uma grande diferença entre a Hollywood de hoje e a de há 60 ou 70 anos atrás, mas a teoria do autor fundou-se na avaliação ao mainstream e se houve coisa em que o cinema de autor se tornou, com o passar dos anos, foi mainstream, precisamente, basta ver os Triers e os Hanekes, não só, que estreiam, para perceber que "de autor", hoje em dia, se tornou numa empresa lucrativa, quase. Não vejo nada mais mainstream que isso, pelo menos da maneira que eu entendo a palavra. Aqui na Europa, sobretudo entre algumas elites, "de autor" é uma label, um negócio. Oliveira, Trier, Moretti e Haneke rendem dinheiro, mas com a atenuante de não se (querer) prestar atenção aos números, como se faz no "mainstream". É tudo uma nuvem de fumo, eheh

Eu teimo sempre com termos e conceitos, e em os desconstruir, porque aquilo em que acredito mesmo é que só há bons e maus filmes. Cada vez mais.

Álvaro Martins disse...

Compreendo-te perfeitamente João. E dou a mão à palmatória no que respeita o cinema de autor. Concordo quando dizes que, com o passar dos anos, o cinema de autor se tornou mainstream. Mas isso era perfeitamente compreensível e previsível. Isto porque, e render ou não render, vender ou não vender, o mainstream sempre foi cinema “limpinho”, demasiado bonitinho e aprimorado no que toca ao aspecto visual e sonoro em detrimento do pensamento. E o que acontece é que o cinema de autor adoptou essa veia aprimorada do aspecto visual, mas sempre com o pensamento inerente. Ora, isto era impossível não acontecer, até pelo avanço das tecnologias. E não há mal nenhum nisso. Mas na sua fundamentação original, o cinema de autor vinha a se distinguir do mainstream e, de certa forma, a opor-se (mesmo que se fizesse essa avaliação de que falas). O que me parece é que os dois termos, mainstream e autor, tendem a dissipar-se e, mais uma vez tenho de concordar contigo, a existir somente bons e maus filmes. Isto porque, aquilo que define o mainstream tende a ser adoptado pelo de autor. Pelo menos é assim que eu vejo as coisas.

Partilho dessa opinião sobre a expressão do Mourinha como já deves calcular eheh

Luis Andrade disse...

Dizer que malick é mainstream só porque é americano e trabalha com actores de hollywood não faz sentido. O Malick é tão mainstream como o kiarostami por exemplo, porque ambos adoptam um estilo cinematográfico muito particular adequado àquilo que querem fazer em cada filme. Por outro lado o Nolan utiliza a linguagem dos blockbusters.

A obsessão em dividir de forma tão rigorosa o cinema de autor e o mainstream faz-nos dizer coisas realmente estupidas.

Álvaro Martins disse...

E o querer ser espertinho quando se é burrinho ainda mais.

Luis Andrade disse...

Se calhar não devia ter escrevido o que escrevi por último, isso fez com que o foco do meu comentário fosse desviado do seu conteúdo, mas não deixa de ser irónico que essa tua frase se podia aplicar a alguns posts deste blog.

Álvaro Martins disse...

Pois, pode aplicar-se ao que tu quiseres, mas como é óbvio aplica-se aos teus comentários descabidos e reveladores duma certa inocência e ignorância inerente. Já sei que idolatras tudo que é americano, por isso vens sempre aqui defender o teu ponto de vista, mesmo que com isso chegues ao ridículo. Se tivesses lido com atenção, saberias que não é por ser americano que é mainstream (há mainstream francês, há espanhol, até argentino), nem tampouco que é por trabalhar com actores americanos (lá está, não deves ter lido a parte de "grandes estrelas"), e sim que é pela sua popularidade, pelo cuidado da imagem (e com isto englobo toda a matéria relacionada com a imagem), pelo meio em que está inserido (hollywood). Mas a tua obsessão em vir aqui comentar contra tudo o que eu falo sobre o cinema americano da actualidade (quando falo negativamente é claro) torna-se desagradável e estúpida como referiste. Já se sabe que cada cineasta tem a sua linguagem, geralmente influenciada por outros cineastas, mas todos têm a sua linguagem seja no cinema de autor ou no mainstream.

E olha, aconselho-te a voltares à escola aprender português.

Luis Andrade disse...

Admito que possa ser irritante para ti que que os meus comentários se limitem a visar esta questão da divisão obsessiva que costumas fazer entre o mainstream e o cinema de autor, e por isso desculpa por só me apetecer escrever qualquer coisa nestas situações. Mas tu, sempre fugindo aos disparates que dizes, levas a discussão sempre para caminhos que não interessam a ninguém. Então eu idolatro tudo o que é americano? Era melhor que te limitasses a absorver o que eu escrevo sem fazeres conjecturas ridículas. Essa do eu ter de ir aprender português revela bem a natureza do teu carácter (espero que não, que seja só daquelas coisas estúpidas que nós dizemos), reduzes a discussão a um nível desprezível só porque detectaste um erro meu fruto ou da hora tardia ou da falta de revisão do texto ou de sei lá que razão.

Álvaro Martins disse...

Pelo menos foi com essa impressão (derivada dos teus comentários) que fiquei, a de que idolatras tudo o que é americano (mais especificamente, o que é mainstream ). Peço desculpa se assim não o é. Fico então à espera que te apeteça comentar posts não relacionados com cinema americano (da actualidade).

Quanto ao erro, claro que foi só uma provocação (acontece a qualquer um dar erros ocasionalmente, mas foste tu (não só neste post ) que originaste as provocações. Peço desculpa, mas é daquelas coisas de momento.

Por último, diz-me lá quando é que eu fugi.

Sam disse...

A propósito de Malick: http://www.movieweb.com/movie/the-tree-of-life-2011/trailer

Álvaro Martins disse...

Finalmente ;)

Sam disse...

A ver se faço as pazes com Terrence Malick, depois da decepção (pessoal) que foi THE NEW WORLD... (http://sozekeyser.blogspot.com/2007/02/o-novo-mundo-2005-de-terrence-malick.html)