9 de dezembro de 2010

A Nous La Liberté (1931)












Em 1936 Charlie Chaplin fazia Modern Times, sátira social da industrialização, do avanço do modernismo, da sua exploração e mecanização humana. Crítica mordaz da burguesia. Cinco anos antes, René Clair fazia este A Nous La Liberté, a mesma crítica, a mesma melancolia romântica e o mesmo anti-herói. Comédia clássica sobre a ociosidade (engraçado que ontem vi este e Alexandre Le Bienheureux de Yves Robert, e, ambos exaltam a ociosidade como radicalização extremada da liberdade). Ao ver A Nous La Liberté lembrei-me de Boudu Sauvé Des Eaux de Renoir. E porquê? Porque ambos expõem a imutabilidade do seu anti-herói relativamente à sua ociosidade. Porque ambos a tratam como liberdade extremada do indivíduo. Mas distinguem-se na sua romantização, no espaço que o amor ocupa aqui (Clair) e abandona em Boudu. E não esquecer a inovação das técnicas do som que Clair efectua aqui.

1 comentário:

Sam disse...

Duas palavrinhas apenas mas que valem por um livro de 500 páginas acerca deste filme: «clássico obrigatório»!

Cumps.