é um filme independente não pode ser assim tão mau, normalmente filmes independentes são bons. Ainda não vi nem tenho assim muita vontade. Arranjei sim o que ganhou o óscar de melhor estrangeiro, e o outro filme alemão que era favorito.
Encomendado pelo governo americano? Ó rapaz, tu já vez filmes de tal forma condicionado por quela ideia de que tudo o que é americano é merda, que até escreves barbaridades dessas. E eu nem acho que o filme seja um supra-sumo. Mas se percebesses bem o cerne do filme, entenderias que o que o filme faz é provocar um certo constragimento na consciência americana, e na relação que a américa tem com a guerra.
Tens de crescer e ultrapassar essa ideia infantil de que tudo o que é americano é mau. só porque agora à uns tempos começaste a ver cinema europeu e asiático, já te começam a crescer sentimentos de superioridade intelectual. Cuidado com a presunção. A Kathryn Bigelow é uma autora como outra qualquer.
Dizes que não admira que hollywood esteja como está? Qual é o problema? Hollywood está muito bem, todos os anos saem de lá grandes filmes. O cinema americano tem as suas caracteristicas e o seu própio fascinio, assim como o cinema europeu, asiático e mais recentemente o sul-americano. São todas cinematografias maravilhosas que muito prazer dão ao serem descobertas.
Argonauta, este é uma prova de como nem sempre o cinema independente é sinónimo de qualidade. Como também nem sempre o cinema mainstream é sinónimo de porcaria ;)
Ainda não vi o El Secreto de Sus Ojos mas estou bastante curioso. Quanto ao filme do Haneke, desiludiu-me um bocado, mas não é mau.
Sr. Alberto Guimarães, em primeiro lugar você não me conhece para fazer julgamentos de qualquer que seja o assunto.
Em segundo lugar, já vejo cinema, seja de que continente ou país for, há bastante tempo (não são 5 nem 10 anos) para falar do que quer que seja.
Em terceiro, não se trata de sentimentos de superioridade intelectual nenhuma, trata-se da minha opinião sobre o filme em questão.
Em quarto lugar, se acompanha-se o blog saberia que não considero que da América tudo é merda, mas sim de Hollywood – coisas diferentes se é que consegue perceber.
Em quinto lugar, e relativamente a esta porcaria de filme, compreendo a ideia de que, como diz e passo a citar “o que o filme faz é provocar um certo constragimento na consciência americana, e na relação que a américa tem com a guerra.”, mas isso a mim pouco me importa apesar de o compreender. O que me interessa aqui, é perceber o quanto o filme dessa senhora é pretensioso e irrealista, nomeadamente a construção das personagens. Depois, é cheio de clichés, cheio de diálogos desnecessários onde se insere o típico humor usual nas grandes produções americanas actuais que acentuam a desconexão do filme para com a realidade. É sensacionalista por demais, apela descaradamente à compaixão para com os soldados americanos, enaltece estupidamente a coragem – James é o típico herói americano imprudente mas que se safa sempre. É previsível, tenta fazer um cinema realista com a câmara tremida onde são visíveis as influências dum Dogma 95, mas desvia-se desse realismo nos planos de longe, na imagem maquilhada, nos efeitos em slow motion completamente desnecessários, etc. E artificial, muito artificial.
Portanto Sr. Alberto Guimarães, o filme é uma merda e não me venha você a dizer o que é cinema e há quanto tempo eu vejo cinema, seja europeu, seja sul –americano, seja asiático, seja americano, seja de que sítio for.
o SR Alvaro Martins parece um genio a falar hahaha, deprimido porque ninguém escuta as suas opiniões, e então escreve comentários destes. Não lhe parece um filme de um cowboy americano que nada teme e deita uma lagrima quando ve o puto bomba, tipico.E deixa a familia em troca da guerra para defender o país, isto porque nao tem capacidade para perceber o que é a América. No filme ha tanques, mas so la faltam os cavalos :) Também eu sou um anónimo deprimido Sr Alvaro, mas aprendo com os que sabem mais do que eu e assim chegarei lá :)
Sr. Anónimo, pelo menos era de bom tom identificar-se, seja como Alberto Guimarães ou Braga ou Lisboa, tanto faz, em vez de se esconder no anonimato, revelando uma cobardia sem limites. Deprimido é coisa que nunca fui. Se você o é, o problema é seu, mas não admira visto responder aos comentários como anónimo para acentuar um hipotético apoiante. Depois, tudo o que o senhor disse sobre o filme está correcto, mas não invalida o que eu disse, e sobretudo, a merda de filme que é (como o resto das grandes produções hollywoodescas de hoje em dia). Quanto ao aprender com quem sabe mais do que eu, assim o faço. Mas não é certamente você com estes comentários (e com isto não afirmo que saiba menos do que eu, pois ao contrário de vossa excelência não julgo pessoas que não conheço) que me vai convencer que sabe mais do que eu. Por último, fica um conselho, menos sarcasmo e mais conhecimento :)
Caro Alvaro Martins como deve perceber este comentário nao era para si, que situação, era para o Alberto Guimaraes, troquei os nomes sem reparar, se reparar o comentario vai contra a ideia do Sr Alberto Guimaraes que acha o filme bom e que se acha um genio :), foi ele que se achou o maior em relaçao a si, sem razão. Peço desculpa sou o mesmo anónimo que disse que o filme é uma merda, e é.(é a minha opinião). Sou sarcastico mas também procuro o conhecimento :) Zé
Está desfeito o engano então, sim é possivel tudo neste mundo:) Bom filme que saíu na passada sexta-feira com o publico : "climas" do turco nuri ceylan. Aconselho. cumps Zé
Sim, grande filme. Já falei dele aqui no meu tasco, assim como do Uzak, para mim os melhores filmes dele. Já o tinha em divx mas em dvd é sempre melhor ;) Claro que o comprei :) Estou à espera do L'Enfant dos Dardenne que é o último.
Sim tenho de arranjar os outros em dvd mas nao está facil. Também queria ver o honey que ganhou em Berlin este ano, também turco.Vá, continuação de bons filmes. Zé
Agora vou tentar falar sobre a questão que intencionei levantar. É normal que neste tipo de comentários uma pessoa se desvie para floreados escritos que só servem para encher o texto de palha.E realmente Álvaro, tens razão não te conheço, aquilo que no meu primeiro comentário escrevi e que entendeste como um julgamento e que não te posso julgar blá, blá, blá, porque não te conheço, é verdade. Mas penso que se disseste isso, é por que o meu texto devia ter ido mais direto ao assunto E se eu fiz algum julgamento foi sobre uma questão muito especifica tendo por base aquilo que escreves neste blog, que aliás até acompanho às vezes e faz referência a muitos e interessantes filmes e que enventualmente até pode servir de fonte de sugestões em relação a um ou outro filme que não vi.
Aquilo que me interessava fazer referência é ao preconceito que tu tens em relação a hollywood tendo em conta aquilo que escreves, particularmente o que escreveste neste post. Confessaste no segundo comentário que já ias com um certo ódio antes de ver o filme. E para além disso disseste aquela coisa descabida que o filme parece incomendado pelo governo americano.
Portanto, aquilo que interessa neste caso não é propriamente de teres achado o filme mau. Nem era preciso de tu e do Zé se terem dado ao trabalho de dizer porque é que o filme é mau, como se fosse esse o principal ponto de discórdia. Eu até nem gosto muito deste filme.
Alberto, o meu “preconceito” em relação a Hollywood deve-se, naturalmente, ao facto de constatar que hoje em dia não se faz cinema, nem como outrora se fez lá, nem como se faz na Europa e por aí fora actualmente (já nem falo de antigamente – nouvelle vague, neo-realismo italiano – até porque nessa altura também em Hollywood se fazia bom cinema). Aquilo a que tu chamas de preconceito, é somente a minha visão do estado da Hollywood actual, uma máquina de fazer dinheiro como sempre foi mas que abdicou da qualidade que tinha. Relativamente ao filme, enumerei as razões pelas quais acho que não vale nada, independentemente de ter ido com algum certo ódio ou não. Quanto ao que disse, que parecia encomendado pelo governo americano, é natural que aches descabido, mas vou-me justificar. O filme não é mais do que o enaltecer do povo americano, constrangimentos ou não face à violência duma guerra ou à postura da América para com a guerra, o filme é americano, patriótico, estupidamente patriótico. E, para isso, faz uso do sentimentalismo lá pelo meio do filme, faz uso dum personagem heróico que nada teme e arrisca a vida em prol de um bem maior, que é ajudar o seu país num Iraque invadido (não nos esqueçamos de quem invadiu quem e quais as razões, independentemente do Saddam ter sido um ditador – mas isto já são outros assuntos que aqui não são chamados, até porque não é o local indicado). E, Alberto, não me lembro de no filme ter visto algo a condenar os americanos (fazendo uma analogia – Full Metal Jacket do Kubrick). Já sei que vais dizer que os árabes é que são os terroristas (verdade), mas por imposição dos americanos (esse povo que se acha o polícia do mundo), pois foram eles que invadiram o país em questão e que, nem agora ao fim de x tempo lá, não conseguiram apresentar as supostas armas de destruição massiva – lá estou eu a enveredar por assuntos políticos. Mas isto para justificar o “encomendado pelo governo americano”, pois já toda a gente no mundo sabe que a guerra é má, como já toda a gente no mundo sabe que os americanos são uns heróis. Portanto, mais um filme desnecessário.
A intenção da realizadora era concentrar-se nos dramas interiores das personagens independentemente da guerra onde elas participam, por isso a sério que não percebo quando dizes que a personagem principal tem uma caracterização de héroi que ajuda o seu país e que faz do hurt locker um filme patriótico. E por isso é também natural que o filme nao condene os americanos tal como o full metal jacket, não era essa a intenção. Aquilo de eu ter falado no constragimento que enventualmente pode provocar, tem haver mais com a forma que cada um pode interpretar o filme, e disse-o sobretudo por oposição aquilo de tu teres dito que o filme parece ter sido encomendado pelo governo. Imagino que essas copnclusões que tiraste devem-se ao facto de não teres gostado do filme (pelas razõs que já enumerastes), e ele não teve o impacto em ti que os autores do filme pretendiam que tivesse nos espectadores.
em relação àquela coisa de se fazer piores filmes actualmente em hollywood, foi isso que começou esta discussão. Não costumo ter esse tipo de saudosismo, e parece-me que é uma coisa que se aplica a várias áreas, quer seja no cinema ou noutra coisa. Que antigamente é que era bom e mais não sei quê. Ou então aquele lugar-comum, de que aquilo que o povo gosta é o que não presta (neste caso o cinema de hollywood). Foi tendo por base estas ideias que achei que esse tipo de preconceito se passasse contigo. Até por que se formos a ver, hoje tambem se pode dizer que se faz pior cinema na europa do que antigamente. Já não há realizadores europeus com a importância dos do neo-realismo, da nouvelle vague, etc. embora claro, pessoalmente haja filmes europeus que são dos meus preferidos dos últimos anos
19 comentários:
Pois já, mas isso não invalida a treta de filme que é. Parece encomendado pelo governo americano.
é um filme independente não pode ser assim tão mau, normalmente filmes independentes são bons.
Ainda não vi nem tenho assim muita vontade. Arranjei sim o que ganhou o óscar de melhor estrangeiro, e o outro filme alemão que era favorito.
Se me permitem uma opinião: sim é uma porcaria o filme, mas faz parte o orgulho imperial americano :)
Encomendado pelo governo americano? Ó rapaz, tu já vez filmes de tal forma condicionado por quela ideia de que tudo o que é americano é merda, que até escreves barbaridades dessas. E eu nem acho que o filme seja um supra-sumo. Mas se percebesses bem o cerne do filme, entenderias que o que o filme faz é provocar um certo constragimento na consciência americana, e na relação que a américa tem com a guerra.
Tens de crescer e ultrapassar essa ideia infantil de que tudo o que é americano é mau. só porque agora à uns tempos começaste a ver cinema europeu e asiático, já te começam a crescer sentimentos de superioridade intelectual. Cuidado com a presunção. A Kathryn Bigelow é uma autora como outra qualquer.
Dizes que não admira que hollywood esteja como está? Qual é o problema? Hollywood está muito bem, todos os anos saem de lá grandes filmes. O cinema americano tem as suas caracteristicas e o seu própio fascinio, assim como o cinema europeu, asiático e mais recentemente o sul-americano. São todas cinematografias maravilhosas que muito prazer dão ao serem descobertas.
Cumprimentos
Argonauta, este é uma prova de como nem sempre o cinema independente é sinónimo de qualidade. Como também nem sempre o cinema mainstream é sinónimo de porcaria ;)
Ainda não vi o El Secreto de Sus Ojos mas estou bastante curioso. Quanto ao filme do Haneke, desiludiu-me um bocado, mas não é mau.
Anónimo, concordo plenamente.
Sr. Alberto Guimarães, em primeiro lugar você não me conhece para fazer julgamentos de qualquer que seja o assunto.
Em segundo lugar, já vejo cinema, seja de que continente ou país for, há bastante tempo (não são 5 nem 10 anos) para falar do que quer que seja.
Em terceiro, não se trata de sentimentos de superioridade intelectual nenhuma, trata-se da minha opinião sobre o filme em questão.
Em quarto lugar, se acompanha-se o blog saberia que não considero que da América tudo é merda, mas sim de Hollywood – coisas diferentes se é que consegue perceber.
Em quinto lugar, e relativamente a esta porcaria de filme, compreendo a ideia de que, como diz e passo a citar “o que o filme faz é provocar um certo constragimento na consciência americana, e na relação que a américa tem com a guerra.”, mas isso a mim pouco me importa apesar de o compreender. O que me interessa aqui, é perceber o quanto o filme dessa senhora é pretensioso e irrealista, nomeadamente a construção das personagens. Depois, é cheio de clichés, cheio de diálogos desnecessários onde se insere o típico humor usual nas grandes produções americanas actuais que acentuam a desconexão do filme para com a realidade. É sensacionalista por demais, apela descaradamente à compaixão para com os soldados americanos, enaltece estupidamente a coragem – James é o típico herói americano imprudente mas que se safa sempre. É previsível, tenta fazer um cinema realista com a câmara tremida onde são visíveis as influências dum Dogma 95, mas desvia-se desse realismo nos planos de longe, na imagem maquilhada, nos efeitos em slow motion completamente desnecessários, etc. E artificial, muito artificial.
Portanto Sr. Alberto Guimarães, o filme é uma merda e não me venha você a dizer o que é cinema e há quanto tempo eu vejo cinema, seja europeu, seja sul –americano, seja asiático, seja americano, seja de que sítio for.
Cumprimentos
o SR Alvaro Martins parece um genio a falar hahaha, deprimido porque ninguém escuta as suas opiniões, e então escreve comentários destes. Não lhe parece um filme de um cowboy americano que nada teme e deita uma lagrima quando ve o puto bomba, tipico.E deixa a familia em troca da guerra para defender o país, isto porque nao tem capacidade para perceber o que é a América. No filme ha tanques, mas so la faltam os cavalos :) Também eu sou um anónimo deprimido Sr Alvaro, mas aprendo com os que sabem mais do que eu e assim chegarei lá :)
Sr. Anónimo, pelo menos era de bom tom identificar-se, seja como Alberto Guimarães ou Braga ou Lisboa, tanto faz, em vez de se esconder no anonimato, revelando uma cobardia sem limites.
Deprimido é coisa que nunca fui. Se você o é, o problema é seu, mas não admira visto responder aos comentários como anónimo para acentuar um hipotético apoiante.
Depois, tudo o que o senhor disse sobre o filme está correcto, mas não invalida o que eu disse, e sobretudo, a merda de filme que é (como o resto das grandes produções hollywoodescas de hoje em dia).
Quanto ao aprender com quem sabe mais do que eu, assim o faço. Mas não é certamente você com estes comentários (e com isto não afirmo que saiba menos do que eu, pois ao contrário de vossa excelência não julgo pessoas que não conheço) que me vai convencer que sabe mais do que eu.
Por último, fica um conselho, menos sarcasmo e mais conhecimento :)
Passe bem.
Caro Alvaro Martins como deve perceber este comentário nao era para si, que situação, era para o Alberto Guimaraes, troquei os nomes sem reparar, se reparar o comentario vai contra a ideia do Sr Alberto Guimaraes que acha o filme bom e que se acha um genio :), foi ele que se achou o maior em relaçao a si, sem razão. Peço desculpa sou o mesmo anónimo que disse que o filme é uma merda, e é.(é a minha opinião). Sou sarcastico mas também procuro o conhecimento :)
Zé
OK :) Peço desculpa mas como era o meu nome que estava escrito.
Está desfeito o erro Zé ;)
Também achei estranho vir ao encontro do que eu disse sobre o filme mas como há de tudo no mundo ;)
Está desfeito o engano então, sim é possivel tudo neste mundo:) Bom filme que saíu na passada sexta-feira com o publico : "climas" do turco nuri ceylan. Aconselho.
cumps Zé
Sim, grande filme. Já falei dele aqui no meu tasco, assim como do Uzak, para mim os melhores filmes dele. Já o tinha em divx mas em dvd é sempre melhor ;) Claro que o comprei :)
Estou à espera do L'Enfant dos Dardenne que é o último.
Sim tenho de arranjar os outros em dvd mas nao está facil. Também queria ver o honey que ganhou em Berlin este ano, também turco.Vá, continuação de bons filmes.
Zé
Também ainda não vi esse, mas quero ver num futuro breve ;)
Continuação também para ti.
Agora vou tentar falar sobre a questão que intencionei levantar. É normal que neste tipo de comentários uma pessoa se desvie para floreados escritos que só servem para encher o texto de palha.E realmente Álvaro, tens razão não te conheço, aquilo que no meu primeiro comentário escrevi e que entendeste como um julgamento e que não te posso julgar blá, blá, blá, porque não te conheço, é verdade. Mas penso que se disseste isso, é por que o meu texto devia ter ido mais direto ao assunto E se eu fiz algum julgamento foi sobre uma questão muito especifica tendo por base aquilo que escreves neste blog, que aliás até acompanho às vezes e faz referência a muitos e interessantes filmes e que enventualmente até pode servir de fonte de sugestões em relação a um ou outro filme que não vi.
Aquilo que me interessava fazer referência é ao preconceito que tu tens em relação a hollywood tendo em conta aquilo que escreves, particularmente o que escreveste neste post. Confessaste no segundo comentário que já ias com um certo ódio antes de ver o filme. E para além disso disseste aquela coisa descabida que o filme parece incomendado pelo governo americano.
Portanto, aquilo que interessa neste caso não é propriamente de teres achado o filme mau. Nem era preciso de tu e do Zé se terem dado ao trabalho de dizer porque é que o filme é mau, como se fosse esse o principal ponto de discórdia. Eu até nem gosto muito deste filme.
Alberto, o meu “preconceito” em relação a Hollywood deve-se, naturalmente, ao facto de constatar que hoje em dia não se faz cinema, nem como outrora se fez lá, nem como se faz na Europa e por aí fora actualmente (já nem falo de antigamente – nouvelle vague, neo-realismo italiano – até porque nessa altura também em Hollywood se fazia bom cinema). Aquilo a que tu chamas de preconceito, é somente a minha visão do estado da Hollywood actual, uma máquina de fazer dinheiro como sempre foi mas que abdicou da qualidade que tinha. Relativamente ao filme, enumerei as razões pelas quais acho que não vale nada, independentemente de ter ido com algum certo ódio ou não.
Quanto ao que disse, que parecia encomendado pelo governo americano, é natural que aches descabido, mas vou-me justificar. O filme não é mais do que o enaltecer do povo americano, constrangimentos ou não face à violência duma guerra ou à postura da América para com a guerra, o filme é americano, patriótico, estupidamente patriótico. E, para isso, faz uso do sentimentalismo lá pelo meio do filme, faz uso dum personagem heróico que nada teme e arrisca a vida em prol de um bem maior, que é ajudar o seu país num Iraque invadido (não nos esqueçamos de quem invadiu quem e quais as razões, independentemente do Saddam ter sido um ditador – mas isto já são outros assuntos que aqui não são chamados, até porque não é o local indicado). E, Alberto, não me lembro de no filme ter visto algo a condenar os americanos (fazendo uma analogia – Full Metal Jacket do Kubrick). Já sei que vais dizer que os árabes é que são os terroristas (verdade), mas por imposição dos americanos (esse povo que se acha o polícia do mundo), pois foram eles que invadiram o país em questão e que, nem agora ao fim de x tempo lá, não conseguiram apresentar as supostas armas de destruição massiva – lá estou eu a enveredar por assuntos políticos. Mas isto para justificar o “encomendado pelo governo americano”, pois já toda a gente no mundo sabe que a guerra é má, como já toda a gente no mundo sabe que os americanos são uns heróis. Portanto, mais um filme desnecessário.
A intenção da realizadora era concentrar-se nos dramas interiores das personagens independentemente da guerra onde elas participam, por isso a sério que não percebo quando dizes que a personagem principal tem uma caracterização de héroi que ajuda o seu país e que faz do hurt locker um filme patriótico. E por isso é também natural que o filme nao condene os americanos tal como o full metal jacket, não era essa a intenção. Aquilo de eu ter falado no constragimento que enventualmente pode provocar, tem haver mais com a forma que cada um pode interpretar o filme, e disse-o sobretudo por oposição aquilo de tu teres dito que o filme parece ter sido encomendado pelo governo. Imagino que essas copnclusões que tiraste devem-se ao facto de não teres gostado do filme (pelas razõs que já enumerastes), e ele não teve o impacto em ti que os autores do filme pretendiam que tivesse nos espectadores.
em relação àquela coisa de se fazer piores filmes actualmente em hollywood, foi isso que começou esta discussão. Não costumo ter esse tipo de saudosismo, e parece-me que é uma coisa que se aplica a várias áreas, quer seja no cinema ou noutra coisa. Que antigamente é que era bom e mais não sei quê. Ou então aquele lugar-comum, de que aquilo que o povo gosta é o que não presta (neste caso o cinema de hollywood). Foi tendo por base estas ideias que achei que esse tipo de preconceito se passasse contigo. Até por que se formos a ver, hoje tambem se pode dizer que se faz pior cinema na europa do que antigamente. Já não há realizadores europeus com a importância dos do neo-realismo, da nouvelle vague, etc. embora claro, pessoalmente haja filmes europeus que são dos meus preferidos dos últimos anos
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