Um filme de Yasuzo Masumura
Ora bem, nem sei por onde começar. Talvez pela história, porque não haverá muita gente que conheça esta obra. E não é um filme qualquer. Há neste filme, simples mas ousado, uma tentativa de choque, de provocação. E não é à toa que digo que poucos filmes atingem o delírio e a audácia que “Môjuu” atinge. Michio (Funakoshi) é um escultor cego que possui uma estranha obsessão, o toque, fazer a escultura perfeita através do toque. E para isso encontra a mulher perfeita (para ele), Aki (Mako Midori), uma jovem modelo fotográfica. Com a ajuda da sua mãe (Noriko Sengoku), Michio rapta Aki e mantém-na prisioneira no seu armazém com a finalidade de a usar como modelo para a escultura perfeita. A princípio, Aki repugna o conceito da nova arte apresentada por Michio e cria várias tentativas de fuga, mas depois opta por criar um romance com Michio na tentativa de o fragilizar e voltar a tentar a fuga no momento exacto. E mais não digo referente à história.
Surpreendente. O mundo obsessivo de Michio surpreende qualquer um. E Masumura perde-se na constante procura de Michio em explorar os sentidos, neste caso o último sentido, o único que o satisfaz, o toque. E se o toque era para Michio o clímax da sua obsessão, Aki, após a sua resignação, fá-lo descobrir novos caminhos, novos delírios obsessivos. E é o mundo sadomasoquista que é criado pelos dois que enaltece o filme, que o projecta para um grau de importância elevado. Masumura explora visualmente uma descida vertiginosa dos dois amantes a um mundo perigoso de sadomasoquismo, auto-flagelação e de rituais suicidas que deixa qualquer espectador atónito. “Môjuu” é um filme violento, visceral e sobretudo chocante. Sem dúvida uma obra de grande valor.
1 comentário:
opaa
achei seu blog no additional camera
to voltando com o meu agora eh de cinema e publicidade amanha da uma passada pra ver o post de reabertura hehehe
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