Um filme de Wong Kar-Way
Ora bem...
Longe mas muito longe de ser o melhor de Wong Kar-Way, mas superou outros grandes cineastas europeus que aquando da ida para os States só desiludiram. Este até que me surpreendeu, até porque o seu estilo está lá. Embora banal, o cineasta chinês consegue, à semelhança de obras anteriores, explorar muito bem essa históriazinha de amor e fazer um filme que segue incontornavelmente o seu cinema chinês num estado mais americano. Mas mais importante que o seu estilo bem evidente em todo o filme, é a sua capacidade de fugir ao mainstream embora tenha actores para tal, é a sua destreza em contar uma história sobre o fim de um amor e o começo de outro sem cair nos clichés habituais. Como disse, longe de ser o seu melhor, mas indubitavelmente um bom filme.
7 comentários:
Quanto a mim foi um dos melhores do ano anterior. Foi uma enorme surpresa. Apoiado num argumento sólido e em interpretações bastante boas (Portman e Weisz em particular), Blueberry Nights consegue envolver o espectador com a simplicidade e pela forma como mostra que sabe contar uma boa história.
Abraço
Sim, concordo. Um filme menor da filmografia de Kar Wai. Pode-se considerar uma versão hollywoodesca dos seus filmes, pois o cunho pessoal do realizador é bem patente!
Fifeco,
Por acaso até acho que o argumento é a parte mais fraca do filme, mas o chinês é que sabe tirar o melhor desse argumento. E a Norah Jones impressionou-me muito (já gostava dela como cantora, agora até como actriz).
João,
ainda não vi o 2046, mas não considero este um puro Kar-Way. Puros são o Chungking Express, Felizes Juntos e o Dias Selvagens. Este, como já disse, é um filme americanado mas com o seu estilo.
Obrigado :)
Filipe,
é isso mesmo.
Abraços
Este filme (e desde já refero que concordo que é muito melhor do que muito que se faz) poderia ter como subtitulo "e Kar-Wai americanizou-se" (entenda-se subproduto hollywood). Não é que esse facto seja algo de mau, mas é pior do que era e infelizmente não é o único (o Wenders é outro, ainda pior). O argumento serve para agradar às massas e para o mundo pouco atento ao cinema ficar a conhecer o realizador (e saber pronunciar o nome). Penso mesmo que já com o Happy Together e o Mood for Love se antevia a transição. Mas este é mais "descarado" na forma como procura a aceitação do público. Se o compararmos com o Chungking Express e com o Fallen Angels, este parecem pertencer a uma outra realidade, onde o realizador não necessita de agradar ninguém e o filme é puro cinema. Lá para o ano deve chegar o remake do The Lady from Shanghai (argumento do Welles). Se for nesta senda nem merecerá comentários
Exactamente, outro caso além do Wenders foi o do Fritz Lang muito antes. O Chungking Express é sem dúvida a sua grande obra, mas o Felizes Juntos também é bastante bom.
Quanto ao próximo, a ver vamos.
Apesar de tudo capturou a essência daquilo pretendia transmitir de um modo irrpreensível. Explicitar a desolação e o caos interior por causa de algo tão vago como um desgosto de amor não é coisa fácil. A Portman não me convenceu nadinha. Já a Senhora Weisz... epah! Do caneco!
Eu gostei das 3. Mas concordo que a Weisz é a que está melhor.
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