16 de abril de 2009

Frozen River (2008)



Maravilha, mas que grande filme é este “Frozen River”. Produção americana independente, primeiro filme da cineasta Courtney Hunt e uma interpretação fabulosa como a de Melissa Leo. “Frozen River” é um filme sobre a pobreza, é um exercício sobre a sobrevivência e o desespero de uma mãe que face a uma condição luta para alterar essa circunstância. Melissa Leo percorre todo o filme com uma expressão facial de desespero, angústia, mágoa e sublevação.
Mellissa é Ray Eddy, uma mãe de dois filhos que uma semana antes do Natal é abandonada e roubada pelo marido viciado no jogo. Com dois filhos para sustentar, uma casa decrépita e um emprego a part-time, a vida de Ray complica-se. A acção passa-se numa localidade fronteiriça na Reserva Indígena Mohawk entre o Estado de Nova Iorque e o Quebec. Em pleno Inverno, o Rio St. Lawrence, congelado, é local de passagem para o contrabando de imigrantes ilegais do Canadá para os Estados Unidos da América. Ray, numa demanda pelo marido fugido, acaba por encontrar o carro deste no estacionamento de uma casa de apostas, onde Lila (Misty Upham) se apoderou dele. Depois de a perseguir, Ray confronta-a e rapidamente descobre que esta trafica imigrantes ilegais pelo rio congelado.
“Frozen River” é um drama familiar, mas não só. É uma reflexão de um problema social que hoje em dia enfraquece não só os Estados Unidos da América, mas também os grandes e mais desenvolvidos países Europeus. É um problema que está bem presente no nosso país, por exemplo. Problemas como a escassez de trabalho, de dinheiro e de comida que como alternativas a esse martírio enveredam por caminhos ilegais como neste caso a imigração ilegal. “Frozen River” é simples e realista, muito realista.
Esta obra de estreia de Courtney Hunt foi uma das surpresas do ano transacto e provou que num país onde o cinema é rei com todos os blockbusters de Hollywood, ainda se faz cinema (independente) de grande qualidade. Pena é ser cada vez menos.



1 comentário:

Ozpinhead disse...

Gostei muito do filme. É realmente pena que não tenha sido exibido nos cinemas (que eu tenha conhecimento) e sabe-se lá se veremos a sua edição em dvd.