16 de abril de 2009

Delicatessen (1991)



Bizarra, negra, surreal, mágica, assim se define esta brilhante comédia de Jeunet e Caro. “Delicatessen” é uma obra esteticamente e visualmente excêntrica. O cinema de Jeunet e Caro é um cinema absurdo, negro e bizarro. O filme seguinte “La Cité Des Enfants Perdus” de 1995, no qual me irei debruçar daqui a uns tempos, continua na mesma estética visual e confirma esse estilo que faz lembrar Terry Gilliam. “Tuvalu” de Veit Helmer (podem ler a crítica aqui) tem claras influências no cinema de Jeunet e Caro, tanto visualmente como na construção narrativa da obra.
A acção deste “Delicatessen” decorre numa Paris pós-apocalíptica do século XXI, onde uma crise alimentar obriga a que o canibalismo seja prática corrente. Louison (Dominique Pinon) é um ex-palhaço que, em resposta a um anúncio, chega a uma estranha residência chamada Delicatessen para trabalhar. O dono da residência e carniceiro (Jean-Claude Dreyfus), arranja-lhe trabalho já com a intenção de este ser a próxima vítima. Com a falta de carne, este carniceiro explora essa escassez de alimentos com a venda de carne humana proveniente dos seus inquilinos. A filha do carniceiro, Julie (Marie-Laure Dougnac), que é quase cega, apaixona-se por Louison.
Referente a esta dupla francesa, é de salientar que Caro é aquele que se encarrega da direcção artística, enquanto Jeunet se ocupa da “mise en scène”. Depois de “La Cité Des Enfants Perdus” esta dupla foi dissolvida e Jeunet seguiu uma carreira a solo, de onde se destacam “Alien Ressurection” de 1997, “Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain” de 2001 e “Un Long Dimanche De Fiançailles” de 2004. Mas, a meu ver, este fim de uma dupla como Jeunet e Caro foi um grande desaparecimento para o cinema europeu.
“Delicatessen” é uma fábula surreal e bizarra que aposta e bem num design visual negro e extravagante. Fabuloso.





1 comentário:

Anónimo disse...

Qual a classificação indicativa?