11 de junho de 2007

Além do Bem e do Mal

"A falsidade de um juízo não pode constituir, em nossa
opinião, uma objeção contra esse juízo. Esta poderia ser uma
das afirmativas mais surpreendentes de nossa linguagem. A
questão é saber em que medida este juízo serve para conservar
a espécie, para acelerar, enriquecer e manter a vida. Por
princípio estamos dispostos a sustentar que os juízos mais
falsos (e entre estes os "juízos sintéticos a priori") são para nós
mais indispensáveis, que o homem não poderia viver sem as
ficções da lógica, sem relacionar a realidade com a medida do
mundo puramente imaginário do incondicionado e sem falsear
constantemente o mundo através do número; renunciar aos
juízos falsos eqüivaleria a renunciar à vida, a renegar à vida.
Admitir que o não-verdadeiro é a condição da vida, é opor-se
audazmente ao sentimento que se tem habitualmente dos
valores. Uma filosofia que se permita tal intrepidez se coloca,
apenas por este fato, além do bem e do mal."
Friedrich Nietzsche
"Além do Bem e do Mal"

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