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20 de junho de 2011

Valhalla Rising (2009)
Nicolas Winding Refn

Valhalla Rising é das maiores surpresas cinematográficas que tive ultimamente. Antes de mais, sim, Valhalla Rising é um filme enganador ou que aparenta ser mais uma bodega hollywoodesca como tantas outras mas que não é. Bem pelo contrário.

No que poderia parecer uma história épica e de aventuras encontramos apenas a história de um homem e da sua busca interior. O que falha (ainda que o aprimoramento visual exagere dando assim um rebuscar visual/fotográfico “limpinho” demais mas não seja causa maior dessa falha), é o misticismo criado em volta do homem e o obscurantismo procurado no seu interior, é, de certa forma, a divinização daquele homem dando assim uma compreensão desmesuradamente irreal e fictícia ao filme. Essa é a grande falha de Valhalla Rising, ainda que no final nos deparemos com a desvirtuação dessa divinização do guerreiro.

O que interessa ou o que me agradou foi não o aprimoramento visual latente do início ao fim mas a condução da câmara e da narrativa simplista e directa. Ou seja, Valhalla Rising opta pela contemplação, pelo naturalismo (The New World de Malick "à cabeça") e pela negrura. Opta por seguir o homem, sem grandes recursos ao diálogo e sobretudo com espantosos planos e enquadramentos. Temos violência que chegue (desmesuradamente até), afinal de contas é a história de um guerreiro viking (quase sobrenatural, quase invencível) feito escravo e liberto com a ajuda de um garoto que o seguirá para todo o lado. O garoto, ou a relação que se estabelece entre os dois, é a única demonstração de humanismo ou de afecto que aquele homem mostra. O resto, tudo é caótico, claustrofóbico, insano e essencialmente obscuro, como se ele (o guerreiro) previsse o futuro. O que me parece, acima de tudo, é que há a constante procura da animalização e da irracionalidade do ser humano, o que deixa, no final, a impressão da influência peremptória do Aguirre do Herzog.