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26 de outubro de 2010

Mas o que é que eles esperavam? Ao fim deste tempo todo é que se lembraram dele. Já se sabia que os ia mandar à merda.

9 de outubro de 2010

Le Petit Soldat (1960)




















Le Petit Soldat é um filme político até às entranhas do tutano. E visionário. A merda que se passa no Iraque e no Afeganistão não é senão o mesmo que se passou na altura na Argélia. E Godard faz um filme anti-guerra, anti-revolucionário, absurdo. Mescla de noir com romance, Le Petit Soldat é o Godard work in progress de autor. E percebe-se claramente o tal progresso relativamente a À Bout de Souffle. Porque aqui a sua preocupação nos cortes experimentalistas e narrativas fragmentadas desvanece-se. Não, aqui Godard inicia o tal progresso no seu cinema de autor. Le Petit Soldat é um esquisso do que Godard faria depois. Filme de ideais (ou da falta deles?), mas, principalmente, filme sobre o amor. E Karina é o centro do “mundo” em Godard.

7 de outubro de 2010

Vivre Sa Vie: Film en Douze Tableaux (1962)














Ontem revi Vivre Sa Vie e, mais uma vez, chega a cena do filme do Dreyer e é como se não existisse mais nada para além de nós e o filme (e o filme dentro do filme). Arrebatador. Karina é a grande causadora dessa sensação que essa cena transmite, as suas lágrimas, a sua dor que, embora desconhecida até a esse momento, se torna similar e compatível com a de Falconetti. O mundo do cinema que a prende (ficamos depois a saber). Mas o laço que une Karina com Falconetti é mais do que essa dor surda e muda que cada uma transporta, é a tragédia que cada uma (por razões diferentes) enfrenta. São os sonhos perdidos de Karina e os credos de Falconetti. Porque além de toda a incomunicabilidade na qual o filme se debruça (e da qual resulta todo o trajecto e destino de Nana), é curioso ver que Godard “põe tudo no mesmo saco”, ou seja, fala da mulher e não da puta ou da santa. Não sei se me faço entender…
Bem, hoje é a vez do Le Petit Soldat que nunca vi.

5 de outubro de 2010

Une Femme Est Une Femme (1961)







A questão é posta já perto do fim por Émile (Jean-Claude Brialy), “não sei se isto é uma comédia ou uma tragédia, acima de tudo é uma obra-prima”. Antes de mais, grande Godard. Depois, eu diria musical. Mas acima de tudo, um filme. Porque é o que Godard não quer que o personagem se esqueça, porque toda a revolução (liberdade) cinematográfica, narrativa e visual que Godard completa (tudo mergulhado num experimentalismo mais ousado que À Bout de Souffle) é para isso, para que o espectador nunca esqueça que está a ver um filme. Tanto Brialy como Karina estão constantemente a falar para a câmara, para o espectador. Nunca tinha visto Une Femme Est Une Femme e adorei. Compreenda-se todo o seguimento que dá a À Bout de Souffle e antecede o Vivre Sa Vie, toda a revolução estética que Godard assume no seu cinema da década de 60. E, resumindo, Une Femme Est Une Femme é uma homenagem aos musicais de Hollywood. Sobretudo, uma homenagem ao cinema. Grande Godard.

3 de outubro de 2010

O que é realmente importante em À Bout de Souffle é a liberdade cinematográfica e narrativa que Godard assume, que revoluciona todos os convencionalismos cinematográficos de Hollywood, do cinema clássico. É um novo começo que emerge daqui (embora já o Resnais e o Truffaut tenham iniciado um ano antes com o Hiroshima e o 400 Coups respectivamente), a Nouvelle Vague que chegava.

À Bout de Souffle (1960)

























Por causa deste e doutros é que Godard é um génio.