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17 de novembro de 2010

Mr. Deeds Goes to Town (1936)

A Capra atribua-se-lhe o maior patriotismo que jamais um cineasta norte-americano revelou (talvez Ford se lhe compare). Mas o que é comum em todos os seus filmes é a integridade, a honestidade do protagonista. Desde Longfellow Deeds a George Bailey, de Robert Conway a Jefferson Smith e Mortimer Brewster, essa integridade está sempre presente. A moralidade acima de tudo. O humanismo (aqui Ford ultrapassa-o). Mr. Deeds Goes to Town é a história de um simplório que recebe de um tio (que nunca sequer conheceu) uma herança de 20 milhões de dólares. E embora Capra seja sempre Capra, o mais importante (e aquilo que faz de Mr. Deeds Goes to Town uma das maiores screwball comedies) é a interpretação de Gary Cooper. Porque desde o início ao fim Cooper não representa, ele é Longfellow Deeds, a inocência e a ingenuidade que consegue transmitir naquelas expressões faciais, naquele comportamento. Brilhante.

6 de setembro de 2010

25 de março de 2010

Mr. Smith Goes To Washington (1939)






É isto que falta actualmente em Hollywood, esta capacidade de expor a falsidade, a corrupção, de mostrar o abuso de poder. Sem tiros e socos nas trombas, sem pirotecnias, sem circo. Mesmo que para isso se crie um herói, alguém imaculado e puro, alguém íntegro e honesto. Mesmo que para isso se crie essa personagem utópica. Porque o que realmente interessa em Mr. Smith Goes To Washington (além de todos os brilhantes aspectos técnicos a que Capra era familiar) é a capacidade de expor aquilo que está podre, a verdadeira “cara” de um país. E não há filme no mundo que retracte melhor essa “cara”, essa vergonhosa sombra dum país. Capra é Ford mas sem fazer tantos filmes, é o puro americano e patriótico exacerbado. Porque o cinema de Capra é isso, a possibilidade de transpor para o ecrã os seus ideais, o seu desejo de uma América justa e íntegra, ou seja, exactamente o contrário daquilo que se tornou.

12 de março de 2009

It's A Wonderful Life (1946)



“It’s A Wonderful Life (Do Céu Caiu Uma Estrela) ” é considerada a obra-prima de Frank Capra com toda a justiça. O filme é daquelas pérolas do cinema americano sentimental que comove qualquer pessoa que o veja. Este clássico do cinema americano data de 1946, num pós-guerra que talvez tenha levado a que, aquando do seu lançamento, tivesse sido um fracasso de bilheteiras, dividindo a crítica, onde houve quem o considera-se demasiado sentimental e lamechas. O filme obteve cinco nomeações para os Óscares, entre eles o de Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Actor Principal, mas acabou por não ganhar nenhum e a muito custo conseguiu recuperar o seu valor em receitas de bilheteira.
Depois de combater na guerra, Capra regressou a Hollywood e criou a Liberty Films juntamente com William Wyler e George Stevens e foi então que Charles Koerner deu a conhecer a Capra o conto de Philip Van Doren Stern, "The Greatest Gift". Capra adorou-o e incumbiu a Albert Hackett e a Frances Goodrich a tarefa de escrever o argumento. O filme conta-nos a história de George Bailey (James Stewart), um homem cujo sonho de viajar pela Europa e conhecer o mundo não se realiza devido às adversidades da vida. Mas a vida encarregou-se de o compensar com o amor da sua vida, Mary (Donna Reed), com quem se casa e tem quatro filhos. No dia do seu casamento, George vê-se obrigado a assumir o controlo da empresa familiar, a fim de evitar que esta encerre ou caia nas mãos do banco. Durante alguns anos, inclusive na 2ª Grande Guerra, George encontra na empresa uma forma de ajudar os trabalhadores de Bedford Falls, construindo-lhe casas onde morarem e irem pagando conforme as possibilidades. É assim que Capra nos mostra a bondade, o altruísmo e a filantropia que existe no coração de George Bailey. No dia em que o seu irmão Harry (Todd Karns) regressa da guerra condecorado com uma medalha de honra, o seu tio Billy (Thomas Mitchell) perde o dinheiro para pagar as contas do banco no momento em que o ia depositar. Isto faz com que a situação de George fique extremamente complicada e a pequena empresa vá á falência. O desespero de George é tão grande que começa a pensar no suicídio e chega mesmo a tentá-lo. Quando está prestes a atirar-se de uma ponte, eis que surge Clarence (Henry Travers), um anjo de segunda classe que necessita salvar George para conquistar as suas asas. É a partir daqui que Clarence lhe mostra como seria a vida em Bedford Falls sem a sua existência, desde miséria, violência e perdição.
“It´s A Wonderful Life” é um clássico visionado tradicionalmente na época natalícia em todo o mundo. Filme familiar por excelência é belo e sentimental, negro e caricato, triste e alegre. Frank Capra disse após as rodagens que “It’s A Wonderful Life” era o melhor filme que ele ou alguém realizara. De facto é a sua obra-prima, mas não vamos tão longe.