21 de agosto de 2025



Mike Figgis


 


 
1988, Stormy monday
1995, Leaving Las Vegas



se há coisa absolutamente de louvar é o gosto musical de figgis, desde jazz a blues e a bossanova, a música é algo para apreciar em figgis; se stormy monday, filme de género (thriller) em que o mel de melanie griffith dá corpo a uma femme fatale em redenção, a trama de crime e corrupção - algo político também - preenche uma história de amor em que duas almas se preenchem, se redimem mutuamente, e o ritmo do filme é algo surpreendente no bom sentido, em leaving las vegas, revisão minha, o ambiente negro, sombrio, em alinhamento com a sua imersão vertiginosa no hades - via alcoolismo compulsivo justamente com a morte em vista, ou em sua perseguição, e via prostituição, por si só inerente ao reino do tártaro, na relação de colmatação de algo entre outras duas almas perdidas que também se preenchem; novamente a banda sonora, em comunhão perfeita com a negrura das ruas e das noites de uma las vegas análoga a esse hades - e até aí a descida ao submundo é literal; e a renúncia à remissão, sempre pisando terrenos depressivos mas nunca resvalando para a lamechice ou sensacionalismo dum, por exemplo, biutiful; leaving las vegas envelheceu muito bem.

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