21 de maio de 2024


 

Canción sin nombre [Melina León, 2019]


ainda que se registem alguns lugares-comuns e desnecessários, canción sin nombre, baseado num caso verídico, é coisa arrojada e admirável, tem um tom quase que expressionista, onírico, é contido e não se perde na sua morosidade, no seu virtuosismo (ou estilismo) nem na sua contemplação; o filme de melina león é um lamento corrosivo e político-social, carrega consigo os ritos e a etnografia dos indígenas peruanos bem como a melancolia que está sempre associada ao ritmo do filme, assim como a sua cinematografia e o preto e branco têm ligações tanto com a burocracia e a corrupção que por ali se expõe, como com a marginalização e o preconceito para com a etnia indígena, é tudo sombrio e a cineasta peruana parece dizer-nos que não há cor naquele país em crise sócio-económica.

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