O último filme de Yimou é a consagração (e isto depois de muitos dos seus últimos filmes pouco ou nada serem melhores que este “Jin líng shí san chai”) de que o cineasta chinês que outrora fez portentos como “Milho Vermelho“ ou “Viver” ou “A Tríade de Xangai” é agora mais um dos que vive na sombra do passado (cada vez mais me faz lembrar o mísero Ridley Scott, até pela mania dos épicos que tanto um como o outro mostram) para se entregar às grandes produções tais quais as hollywoodescas que impugnam e envenenam o cinema. Tal como diz aqui o Carlos Natálio, Yimou usa e abusa do slow motion para dar espectáculo (coisa de circo e de videojogos tal e qual o “Inception” do Nolan), imerge no apelo à sensibilização sentimental da choradeira (pior, muito pior, que o Spielberg) com a historiazinha do sofrimento das virgens do colégio católico e das putas que no fim as salvam em pleno caos total da guerra, nos facilitismos narrativos e visuais que tudo desprezam, nos floreados e na mentira de tudo isto - cinema não é isto, é muito mais que isto, tudo mais que isto -, falsidades de todas as formas, embelezamentos híper-rotulados e usados e coisas de tão mau gosto que tudo destroem. Ah Yimou como eras e como te puseste…
4 comentários:
De pleno acordo.
Espectáculo - coisa de circo, de videojogos, de Méliès, de Lumière, enfim, de cinema.
Espectáculo - tudo que atrai a vista, a atenção.
Ou seja, espectáculo pode ser cinema? Não, continua a ser espectáculo e não cinema pois cinema não atrai a vista e sim o coração e o pensamento, vê-se com os olhos mas sente-se com o pensamento. O que atrai a vista, os filmes que atraem a vista sim são espectáculo, os Nolans e os Yimous e os Spielbergs e os Scotts e os Bays e os....
Fico com alguma pena, tinha do filme alguma expectativa, ainda que não tanta sabendo de antemão as pessoas, os actores e o alarido à volta do mesmo. Contudo, acho que ainda o irei ver.
Já agora passa pelo meu novo espaço: http://caminholargo.blogspot.pt/
Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo
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