16 de agosto de 2012
“Róża” dum tal de Wojciech Smarzowski (que depois de pesquisado se verifica que fez tantos filmes como telefilmes - três - ou seja, de desconfiar), é coisa negra e erosiva, sóbria e fria, nada das sensibilizações e das choradeiras e da abundância dos lugares-comuns do costume deste tipo de filmes (segunda guerra mundial, holocausto), coisas que recentemente vi no “In Darkness” por exemplo, é tudo longe disso, coisa caótica, intempestiva, coisa que irrompe das cinzas e da imensidão do tormento e da brutalidade do inferno da guerra e da desumanização, logo, portanto, coisa de martírios e de tragicidades e de pulsões intempestivas, tudo tão imensamente caótico e desumano numa guerra aberta (leia-se condenação) ao exército vermelho, coisa que brota da perda e da impiedade, imersão abismal na irascibilidade e nas atrocidades humanas, encontro de almas feridas e mutiladas pelo horror da guerra.
13 de agosto de 2012
10 de agosto de 2012
“Our Daily Bread” de King Vidor se não é, daqueles que vi, o seu melhor filme anda lá muito perto (até porque “Street Scene” ou “The Crowd” lhe podem roubar esse estatuto), coisa tão realista que ninguém quis produzir, sobrou ele, Vidor, a força de vontade e determinação e amor ao cinema, por isso o filme se fez, sem lucros, história dele e da mulher diálogos de Mankiewicz, produzido pelo próprio Vidor, projecto pessoal, filme inserido numa época, numa temática, num propósito, coisa sobre a depressão americana ou o pós dela, coisa que só por si ensinaria muito ladrão governamental de que a crise se ultrapassa com a terra, com a produção e não com importação e austeridades absurdas, capitalismo é o veneno da economia e do mundo… humanista tanto quanto os mais humanistas de Ford, humildade e sinceridade, filme sobre a simplicidade e a honestidade, coisa sobre a comunidade como quase todos os de Ford o são, a entreajuda, não à ganância e ao individualismo, coisa de sacrifícios e altruísmos, trabalho e suor, brutalidade da sobrevivência e a luta pelo futuro, coisa da terra e do trabalhar a terra, amizade, o realismo de Vidor.
Se é verdade que “Our Daily Bread” é um filme político (sim é verdade), é ainda mais verdade que dentro de toda a politiquice que se lhe possa atribuir existe uma utopia e uma consciência social que ultrapassa essa vertente comunista ou de esquerda. Como diria um bispo qualquer (que me escapa o nome) à tempos num telejornal nacional, se defender os pobres é ser comunista então sou comunista. “Our Daily Bread” é uma proclamação utópica do colectivismo ou do comunitarismo como aproveitamento social de cada individuo num todo, ou seja, Vidor dá a todo e qualquer indivíduo um papel na sociedade, rejeita o individualismo assim como o capitalismo (ou condena-o) indicando-o como o causador da depressão. A negrura da crise e do desemprego/do capitalismo esmorece face à luz da esperança e do suor da lavoura e do colectivismo/comunismo.
Se é verdade que “Our Daily Bread” é um filme político (sim é verdade), é ainda mais verdade que dentro de toda a politiquice que se lhe possa atribuir existe uma utopia e uma consciência social que ultrapassa essa vertente comunista ou de esquerda. Como diria um bispo qualquer (que me escapa o nome) à tempos num telejornal nacional, se defender os pobres é ser comunista então sou comunista. “Our Daily Bread” é uma proclamação utópica do colectivismo ou do comunitarismo como aproveitamento social de cada individuo num todo, ou seja, Vidor dá a todo e qualquer indivíduo um papel na sociedade, rejeita o individualismo assim como o capitalismo (ou condena-o) indicando-o como o causador da depressão. A negrura da crise e do desemprego/do capitalismo esmorece face à luz da esperança e do suor da lavoura e do colectivismo/comunismo.
9 de agosto de 2012
O último filme de Yimou é a consagração (e isto depois de muitos dos seus últimos filmes pouco ou nada serem melhores que este “Jin líng shí san chai”) de que o cineasta chinês que outrora fez portentos como “Milho Vermelho“ ou “Viver” ou “A Tríade de Xangai” é agora mais um dos que vive na sombra do passado (cada vez mais me faz lembrar o mísero Ridley Scott, até pela mania dos épicos que tanto um como o outro mostram) para se entregar às grandes produções tais quais as hollywoodescas que impugnam e envenenam o cinema. Tal como diz aqui o Carlos Natálio, Yimou usa e abusa do slow motion para dar espectáculo (coisa de circo e de videojogos tal e qual o “Inception” do Nolan), imerge no apelo à sensibilização sentimental da choradeira (pior, muito pior, que o Spielberg) com a historiazinha do sofrimento das virgens do colégio católico e das putas que no fim as salvam em pleno caos total da guerra, nos facilitismos narrativos e visuais que tudo desprezam, nos floreados e na mentira de tudo isto - cinema não é isto, é muito mais que isto, tudo mais que isto -, falsidades de todas as formas, embelezamentos híper-rotulados e usados e coisas de tão mau gosto que tudo destroem. Ah Yimou como eras e como te puseste…
5 de agosto de 2012
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Nunca antes um filme foi tão sublime, tão esplêndido. Magnífica obra-prima de Milos Forman que junta a melhor obra do realizador tal com...