27 de março de 2012

“War horse” do Spielberg é tudo mas tudo o oposto a que quer chegar, sim é Spielberg a querer alcançar Ford ou até Capra, mas sem pernas para lá chegar (gastou-as todas no cavalo), é Spielberg a fazer tudo mas tudo o que já fez noutros filmes, o sentimentalista exacerbado que não o sabe ser e que comete o erro de o superar (ao sentimentalismo) para chegar ao ridículo, às emoções e sensacionalismos baratos, tal como “Saving Private Ryan” filme com uma historiazinha tão reles quanto a maioria dos seus filmes (tire-se-lhe o cavalo e meta-se-lhe o Christian Bale do “Empire of the Sun”e a história pouco difere), cineasta da desilusão e da megalomania, de quem se perdeu no mundo ou no sistema que ele próprio criou, de quem sabe o que quer mas não o sabe fazer, de quem sabe filmar mas sempre para o espectáculo, porque tudo o que consegue fazer é assimilar-se às historiazinhas das novelas brasileiras, porque tudo o que quer é sensibilizar o espectador e apelar à lágrima no canto do olho, porque não consegue fugir a isso nunca, em nenhum dos seus filmes, porque quase todos os seus filmes parecem filmes infantis. Coisa hipócrita que reclama por lealdade e por amor ao dono ou coisa assim, coisa de tormentos do cavalinho que sofre como gente para no fim se reencontrar com o dono, sei lá, artificialidade das artificialidades que só procura os facilitismos para o mais comum dos espectadores.

7 comentários:

Anónimo disse...

Não há nenhum filme que gostes dele ? Haa é o tal ódio antigo..

Sam disse...

Confrangedor, no mínimo. E o adjectivo quase soa a "elogio".

CAVALO DE GUERRA é para, de facto, esquecer o mais depressa possível...

Álvaro Martins disse...

Gosto do 1941, gosto do War of the Worlds, do AI, do Schindler's List e do Always.

Sam disse...

Esta crítica mereceu destaque na rubrica «A "Polémica" do Mês» do Keyzer Soze’s Place, disponível aqui: http://sozekeyser.blogspot.pt/2012/03/polemica-do-mes-10.html

Cumps cinéfilos!

Loot disse...

E do duel não? Acho que foi grande início de carreira.

abraço e bem-vindo de volta

Álvaro Martins disse...

O Duel é uma das minhas grandes falhas a colmatar um dia destes.

Enaldo Soares disse...

Sobre este filme, numa palavra: grande porcaria, estou contigo.

No mais, já o disse aqui que gosto de Spielberg e o soldado Ryan, desnecessário repetir, só marcando posições (risos).