Um filme de Ryan Fleck
“Half Nelson” destaca-se, entre várias particularidades, pela sua tentativa irreverente de uma mudança pedagógica e pela relação entre aluno e professor que destapa todos os segredos de ambos. Mais do que um professor viciado em crack, Daniel Dunne (Ryan Gosling) é um ser humano à procura da sua verdadeira definição como pessoa, numa constante tentativa de fazer algo correcto, como que numa procura de se redimir e tentar evitar mais casos semelhantes ao seu. E é por isso que Dunne insiste em desviar Drey (Shareeka Epps) do dealer das redondezas (Anthony Mackie). Talvez porque ao ajudá-la ele encontre uma forma de se ajudar a si próprio. E quando Drey descobre o verdadeiro Dunne (o viciado em crack e não o professor), a relação entre os dois inverte-se, numa admiração de Drey que se transforma em desejo de protecção e de ajuda, numa visão do homem que ultrapassa a inconsciência e a auto-destruição visíveis. E “Half Nelson” resume-se a esse estado emocional à beira do abismo que o cineasta cria nas relações entre Dunne e Drey. Gostei, é um bom filme mas nada mais.
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