8 de abril de 2025



 

2024, Gouzhen, Guan Hu 


     | dog’s land | 


Black dog, drama realista na senda dum jia (o tio yao do filme), na sua análise da reabilitação do homem, insere o caos como ponto de partida (e de base capital) para o desenvolvimento da trama, onde um certo absurdismo coexiste com o surgimento dos laços que se criam entre homem/animal, o galgo preto que se afeiçoa ao ex-presidiário (e vice-versa), em pleno deserto do gobi onde a tonalidade cinzento-escura acentua o sentimento de abandono e caótico (e até apocalíptico) em que aquelas matilhas abandonadas se juntam e reinam por ali; exímio no seu ritmo, na sua condução narrativa, contido e sem histerismos, black dog desenvolve-se sobriamente evitando sensacionalismos ou facilitismos para atingir a redenção de lang; muito bom.



mais uma vez, e ainda que seja melhorzinho que o les adieux à la reine, léa seydoux é o que interessa em journal d'une femme...



 

2015, Journal d'une femme de chambre, Benoît Jacquot

7 de abril de 2025

 








2018, La flor, Mariano Llinás


| monumental ode ao cinema; das coisas cinematográficas mais importantes feitas neste século |

4 de abril de 2025





 

2016, The road to Mandalay, Midi Z 


The road to mandalay, na sua pequena odisseia da procura de uma vida melhor na ilegalidade do país vizinho, é no fundo uma história de amor, que desde o início – e espaçada pela sonoridade adjacente e condizente a tal – anuncia a tragédia que chega no final; coisa realista, midi z analisa a luta pela sobrevivência da emigração ilegal, numa incessante busca pela legalização, a corrupção, a exploração e as injustiças inerentes a todo o processo, mas lá no fundo, bem no fundo deste conto nevrálgico do fatalismo, está o amor, a decepção e a obsessão que determinará o encontro da tragédia; muito bom.

3 de abril de 2025

 


 

| neorrealismo aliado ao romantismo em busca da cisão entre o desejo carnal e o amor cristalino; terreno de conflitos interiores... trevas tortuosas |

 

1951, Anna, Alberto Lattuada