27 de junho de 2011

The Hurricane (1937)
John Ford

The Hurricane, filme do céu e da terra, do mar e do vento, do paraíso e do inferno, do amor e do ódio, da lei e da injustiça. Tudo tão implacável, os heróis da candura, da pureza e da justeza, povo pueril - os nativos, guiados pelo amor, pela conquista da felicidade, a simplicidade da vida. The Hurricane, filme-irmão do Tabu de Murnau e do The Prisoner of Shark Island, toda a razão do mundo a José Oliveira neste texto, filmes negros da negrura do ser humano, da injustiça que traz as trevas aos justos, aos bons de alma, da injustiça que os faz pecar mas lutar, resistir, que os faz fazer qualquer coisa para escapar, voltar a casa, enfrentar o mundo, fugir à cárcere, filmes-tormento que tudo arrancam das sombras, do negro das noites, da maldade do mundo que tudo faz para trazer a tragédia. The Hurricane, filme-luz e filme-sombra, do resplandecente e da escuridão, das trevas que castigam Terangi e o seu povo, ao doutor que momentos antes da tragédia apregoara a vitória sobre a morte (que ceifava a vida da mãe de Terangi) com a vinda próxima dum rebento, filme do paraíso, dos momentos de candura entre aquelas duas almas que nada de mal fizeram para ter aquele tormento, da força do bem que tudo enfrenta para no fim alcançar a paz, a felicidade, do impossível tornado possível graças ao amor. Ah, The Hurricane filme-catástrofe, filme-catarse que chega no final, do perdão que DeLaage pede à mulher para depois o dar a Terangi, da brutalidade e da efemeridade, da luz e das trevas, da injustiça e do humanismo, do ódio e do amor, da vida e da morte, da fé dos justos. The Hurricane, monumento ao cinema.

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